Revelação ou Mistério?
O último livro da Bíblia começa com as palavras: "Revelação de Jesus Cristo que Deus lhe deu para mostrar..." (Apocalipse 1:1). Entretanto, para muitos leitores da Bíblia, este livro é mais um livro de mistério e confusão do que revelação e esclarecimento se não tivermos o Espírito Santo ao nosso lado. Surgem perguntas tais como: É iminente o Armagedom? Estão as novas políticas econômicas introduzindo a marca da besta? Ataques terroristas recentes cumprem profecias do Apocalipse? O que são os 1000 anos do capítulo 20?
Autores sensacionalistas vendem milhões de livros ligando estas imagens bíblicas com as manchetes do dia. Igrejas atraem multidões apresentando suas interpretações da Bíblia especialmente sobre o livro do Apocalipse, como uma mensagem específica para os tempos modernos. Uma grande variedade de seitas emerge nos tempos modernos por causa dos homens que declaram que as profecias apocalípticas estão sendo cumpridas agora.
O que o crente deveria fazer ao conhecer as revelações do último livro da Bíblia? Devemos orgulhosamente esperar nossa vitória em Jesus Cristo, nosso Salvador e Redentor sobre as forças do mal, sabendo que o arrebatamento da igreja de Cristo é eminente.
O Mundo se Prepara Para Receber o Anticristo
Anticristo significa “opositor de Cristo, “contra Cristo”. Também chamado de "a besta que subiu do mar" (Ap 13.1); "o homem do pecado, o filho da perdição" (2 Ts 2.3); "besta de cor de escarlata” (Ap 17.3); "a besta" (Ap 17.8,16); "o homem violento" (Is 16.4); "o príncipe que há de vir" (Dn 9.26); "o rei do Norte" (Dn 11.40); "o angustiador"; "o iníquo" (2 Ts 2.8); "um rei feroz de semblante" (Dn 8.23). O anticristo será um homem como outro qualquer, nascido de mulher, porém a serviço de Satanás.
"Ninguém de maneira alguma vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2 Ts 2.3,4, 8 ver Dn 8.23; 9.26; 1 Jo 2.18; Ap 13.1-8).
Quando e como surgirá:
A presença da Igreja na Terra e a conseqüente ação do Espírito Santo têm impedido, nos dias de hoje, a plena manifestação do anticristo (2 Ts 2.6-7). Todavia, após o arrebatamento da Igreja, e diminuída a influência do Espírito, tudo de conformidade com o plano de Deus, a raça humana descerá a um nível de depravação jamais visto: desprezo aos valores éticos e morais; violência sem limites; promiscuidade sexual; ocultismo; falta de amor. Ademais, o desaparecimento repentino de milhões de crentes, em face do arrebatamento, causará grande perplexidade e temor. Haverá uma desorganização geral em todos os níveis da atividade humana, além de gigantescos desastres e muitas mortes. Exemplos: muitas aeronaves ficarão sem comando porque seus comandantes foram arrebatados em pleno vôo; muitos acidentes aéreos, porque os controladores de vôo desaparecerão; engarrafamentos, batidas e mortes nas estradas e nos grandes centros urbanos, porque muitos veículos ficarão repentinamente desgovernados; milhares de empresas comerciais e industriais, pequenas e grandes lojas ficarão com um número reduzido de empregados; grande desfalque também de servidores nas repartições públicas; os serviços públicos, tais como bombeiros, limpeza e comunicações serão afetados. Por outro lado, inúmeros imóveis residenciais, igrejas e lojas ficarão abandonadas; presos fugirão dos presídios e os saques se multiplicarão. Os governantes não terão meios de colocar as coisas em ordem. Ninguém será capaz de explicar a causa do repentino desaparecimento de parentes e amigos. Caos total. Convulsão social. É nesse contexto que surgirá um homem muito inteligente, com respostas inteligentes e prometendo soluções práticas para todos os problemas. Esse homem é o anticristo. Convém dizer que a iniqüidade vem crescendo em todo o mundo. A imaginação do homem é pródiga em descobrir novas fórmulas de se tornar mais indigno, impuro, imoral, cruel e depravado.
"E, por isso, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira, e para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade" (2 Ts 2.11-12).
A rebeldia dos homens ainda não chegou ao limite de Deus. O castigo virá no tempo de Deus, tal qual ocorreu nos tempos de Noé e de Sodoma e Gomorra.
Suas atividades: A manifestação do anticristo na Terra durará sete anos, e suas atividades nesse período estão divididas em duas fases como a seguir:
PRIMEIRA FASE - No início do período de sete anos, o anticristo, sob a máscara de um político inteligente e poderoso, fará uma aliança com Israel por sete anos - e, por extensão, com as demais nações -, em que prometerá prosperidade, segurança e paz, tendo em vista a situação caótica mundial:
"Ele confirmará uma aliança com muitos por uma semana..." (Dn 9.27-a).
De fato, o mundo experimentará boa recuperação na metade dos sete anos. Fome, guerras, peste e violência parecem solucionados diante da dinâmica atuação desse "salvador" da pátria, a quem muitos passam a admirar. Certamente ele dirá que os crentes foram seqüestrados por naves espaciais; que esse negócio de salvação através do sangue de Jesus é mentira; que a alma se salva a si mesma; que todos são iguais a Deus; que todos somos filhos de Deus e que todos serão aperfeiçoados e justificados; que não existe inferno; que cada um faça aquilo que tem vontade de fazer. Aliás, a mesma mentira que hoje é ensinada pelo movimento Nova Era e por tantas seitas.
SEGUNDA FASE - Havendo transcorrido metade do tempo previsto no acordo, ou seja, passados três anos e meio de aparente paz, prosperidade e segurança, aquele político deixará cair a máscara e mostrará sua face e seus objetivos malignos: romperá a aliança com Israel; assumirá a posição de governante mundial com autoridade sobre todas as nações; anunciará ser ele o próprio Deus; profanará o templo em Jerusalém e ali colocará uma imagem sua para ser adorada; proibirá a adoração ao Deus dos cristãos; perseguirá de forma sistemática e cruel seus opositores; perseguirá por 42 meses os fiéis a Cristo; fará grandes milagres e maravilhas em razão do seu poder satânico, e, com isto, ganhará muitos admiradores. Verifiquemos como a Bíblia relata essa fase:
"E ele firmará aliança com muitos por uma semana [sete anos]; e na metade da semana [três anos e meio, 42 meses ou 1.260 dias] fará cessar o sacrifício e a oblação" (Dn 9.27).
O anticristo só admitirá culto de louvor e adoração a ele próprio.
"E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei...” (Dn 7.25).
Não mais haverá liberdade religiosa: "E este rei fará conforme a sua vontade, e levantar-se-á, e engrandecer-se-á sobre todo deus, e contra o Deus dos deuses falará coisas espantosas, e será próspero, até que a ira se complete, porque aquilo que está determinado será feito. E não terá respeito ao Deus de seus pais, nem terá respeito ao amor das mulheres, nem a deus algum, porque sobre tudo se engrandecerá. Mas em seu lugar honrará a um deus das forças; e a um deus a quem seus pais não conheceram honra com ouro, e com prata, e com pedras preciosas, e com coisas agradáveis. Com o auxílio de um deus estranho agirá contra as poderosas fortalezas; aos que o reconhecerem multiplicará a honra, e os fará reinar sobre muitos, e repartirá a terra por preço” (Dn 11.36-39).
Não medirá esforços para agradar aos que lhe derem apoio, mas perseguirá com crueldade os seus opositores. Aos seus aliados, proteção. Aos demais, guerra, invasões, crueldades infindas. As profecias de Daniel devem ser examinadas linha por linha, letra por letra.
"O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios de mentira" (2 Ts 2.4,9).
Um "falso profeta" - denominado a "outra besta" - virá preparar o caminho do anticristo. Fará grandes sinais,
“de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens” (Ap 13.11-14).
“Esta outra besta ajudará a primeira a preparar o mundo para adorar o anticristo e a enganar a humanidade mediante a operação de grandes milagres. Esta “outra besta” trata-se do falso profeta. Uma imagem do anticristo será colocada no templo de Deus”.
Muitos seguirão a besta porque não saberão distinguir o real do verdadeiro. Uma pessoa que faça cair fogo do céu será reconhecida como um deus. Hoje, por muito menos, pessoas são idolatradas. Os adivinhadores são idolatrados. Suas predições são tidas como palavras infalíveis.
O que lemos acima não chega a ser uma descrição detalhada do caráter e objetivos do anticristo, a cruel e sanguinária besta. Ele será muito pior. Vejam que Apocalipse 13.5 fala em 42 meses, ou 1.260 dias, ou três anos e meio, exatamente o tempo de Daniel 9.27 ("metade da semana"). Este período de três anos e meio será o mais negro e turbulento de toda a história da raça humana. As mudanças que têm ocorrido no âmbito mundial dão-nos a convicção de que aos poucos as peças do quebra-cabeça encaixam-se. Para a instalação de um forte governo único, mundial, igual ao futuro governo do anticristo, faz-se necessário:
• Uma só moeda: Já temos a implantação de uma moeda comum na Comunidade Européia, o euro. A mesma idéia parece prevalecer para os países integrantes do Mercosul, na América Latina; há, também, uma tendência de dolarização da economia em países em crise. A unificação dos sistemas financeiros - uma só moeda, um controle único - é uma tendência mundial como resultado da criação de mercados comuns.
• Uma só economia, um só mercado: A globalização já é uma realidade. A Comunidade Européia e o Mercosul, p. exemplo, são acordos com objetivos comerciais que ampliam e tornam o processo de globalização irreversível. Agora, enquanto estudamos estas profecias a União Européia e o Mercosul discutem os passos para implantação do livre comércio entre essas nações.
• Força militar única: A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), subscrita em 4.4.1949, é uma aliança militar "projetada para prevenir ou repelir agressões contra qualquer de seus membros". A OTAN é, portanto, um poderoso exército formado a partir de acordos com as nações mais ricas da terra; possui um só comando e enorme capacidade de destruição. Logo, a idéia de uma força militar única, comandada por um só homem não é coisa de outro mundo. Uma única moeda, uma só economia e uma força militar única são mudanças que apontam em direção de um único governante, um ditador mundial, carismático, inteligente, capaz de impressionar com seu discurso e de comandar um poderoso exército. Segundo escreveu Antônio Gilberto, uma das conclusões a que chegou o Clube de Roma -fundado em 1968 e integrado por "personalidades de gabarito reconhecidamente mundial, na política, nas ciências e na educação" -, "é a de que a humanidade necessita urgentemente de um governo único e centralizado para resolver seus problemas e suprir suas necessidades". A ONU segue no mesmo diapasão:
"Os problemas da humanidade já não podem ser resolvidos pelos governos nacionais. O que é preciso é um Governo Mundial. A melhor maneira de realizá-lo é fortalecendo as Nações Unidas.” (Relatório sobre o Desenvolvimento Humano da ONU, 1994).
Este homem que surgirá no cenário mundial será o "feroz de cara", o anticristo. O mundo se prepara para recebê-lo. Enquanto o sistema mundano se aparelha para receber o anticristo, a Igreja, “a noiva” se prepara para se encontrar com Jesus. A Igreja não teme, não fica atemorizada diante da perspectiva do surgimento do filho da perdição. Há dois mil anos estamos lutando contra o diabo, seus demônios e os falsos profetas. A Igreja não teme as forças do mal. A luta contra o anticristo e suas hostes não é nossa; é do Senhor. A Igreja será arrebatada antes disso. Que venha o anticristo. Quanto mais próxima estiver a sua vinda, mais próxima está a volta do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Os Servos que Pertencem a Deus (Apocalipse 7:1-17)
Os primeiros seis selos já passaram. O sexto mostrou o desespero total das pessoas castigadas: dos poderosos e ricos até os pobres e escravos. A pergunta no final do capítulo 6 salienta ainda mais a circunstância difícil dos habitantes da terra – “porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” (6:17). Se o sexto selo revelou coisas tão terríveis, imagine o que o sétimo traria! Quem é que pode sobreviver a ira do Senhor?
O capítulo 7 responde a esta pergunta. Este intervalo entre o sexto e o sétimo selos consola os fiéis. Deus não esqueceu deles, e não abandonaria os seus servos. Ele já providenciou uma maneira de proteger aqueles que lhe pertencem.
Os 144.000 Selados (7:1-8)
7:1 – Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma.
Quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra: Os anjos não são identificados, mas a tarefa deles fica evidente. Têm poder para danificar a terra (2), mas ainda não receberam a ordem para fazer isso. O trabalho desses anjos claramente se refere à terra. Qualquer interpretação que procura aqui um número fixo de pessoas no céu desrespeita a linguagem óbvia do texto. Além das referências à terra, ao mar, às árvores, etc., o número quatro (quatro anjos, quatro cantos, quatro ventos) sugere algo relacionado à terra. Os quatro cantos e quatro ventos representam os quatro pontos cardeais (1 Crônicas 9:24; Isaías 11:12; Jeremias 49:36; Ezequiel 7:2; Zacarias 2:6; Mateus 24:31).
Conservando seguros os quatro ventos da terra: Neste intervalo, os quatro anjos estão parados. Estão segurando os ventos, aguardando a ordem. Agir precipitadamente, sem a autorização divina, não caracteriza os servos fiéis do Senhor. Agir sem primeiro ouvir a palavra de Deus traz conseqüências negativas (1 Crônicas 15:13). Não devemos ultrapassar a doutrina de Cristo, escrita para nos guiar (1 Coríntios 4:6; 2 João 9).
Para que nenhum vento soprasse: Ventos aparecem na Bíblia com poder para aliviar o sofrimento dos homens, ou para trazer castigo (Êxodo 10:13,19; 14:21; 15:10; Salmo 11:6; 78:26; Isaías 29:6). Independente da natureza do vento, é algo que demonstra o poder de Deus – “um vento do Senhor” (Números 11:31; Salmo 107:24-25; 135:5-7). Neste contexto, os ventos trarão destruição. Mas, por enquanto, os anjos seguram o poder destrutivo do vento. Ainda não chegou a hora. Deus pretende resolver uma outra questão antes de liberar esta força contra a terra.
Terra, mar, árvore: Estas referências reforçam o fato de esta visão tratar de acontecimentos aqui na terra. Os homens são avisados, mas a natureza vai sofrer, também. Como foi o caso das pragas e das calamidades naturais usadas por Deus para castigar os rebeldes da antiguidade, estes castigos atingirão a terra, o mar e as árvores.
7:2 – Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à terra e ao mar,
Vi outro anjo que subiu do nascente do sol: O nascente do sol, a direção de onde vem a luz, representa a habitação de Deus. O tabernáculo abria para o oriente, com Moisés e Arão e seus filhos acampados na frente (Números 3:38), e a tribo de Judá acampada ao lado oriental (Números 2:3). Assim do ponto de vista do tabernáculo, o Senhor guiava o seu povo do oriente, por meio dos líderes escolhidos (reis de Judá e sacerdotes de Levi). O templo em Jerusalém, também, abria para o lado oriental (Ezequiel 8:16; 10:19; 11:1). Quando Deus abandonou o templo cheio de imundícia, ele foi para o oriente (Ezequiel 11:23). Quando voltou, a glória de Deus veio do oriente (Ezequiel 43:2-4). Este anjo vem de Deus. Do ponto de vista do santuário (o povo de Deus – 1 Coríntios 3:16-17; 1 Timóteo 3:15), o anjo traz alívio: “Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas” (Malaquias 4:2).
Tendo o selo do Deus vivo: O selo de Deus, mais uma prova que este anjo veio do Senhor. O selo pertencia exclusivamente ao seu dono, e servia para o identificar (Gênesis 38:18,25). A pessoa que segurava o anel de um rei retinha a autoridade para selar decretos e agir como seu representante autorizado (Gênesis 41:42; Ester 3:10; 8:2). O selo também indica posse, que algo ou alguém pertence exclusivamente ao dono do selo (Cântico dos Cânticos 8:6). No Novo Testamento, os discípulos fiéis têm o selo de Deus (2 Coríntios 1:21-23; Efésios 1:13-14; 4:30). Talvez o trecho mais confortante para os que fazem parte do santuário de Deus seja 2 Timóteo 2:19 – “Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem”. Os quatro anjos seguram os ventos da ira de Deus, mas o Senhor jamais esqueceria do seu povo fiel!
Clamou...aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à terra e ao mar: O anjo que chega do Senhor traz uma ordem importante para os quatro anjos. Aqui ele confirma o propósito dos ventos que eles seguravam. O poder dos ventos, uma vez liberado, faria dano à terra e ao mar.
7:3 – dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Deus.
Não danifiqueis... até selarmos na fronte os servos do nosso Deus: O que detinha o castigo pelos quatro ventos foi a determinação divina de identificar os fiéis para a proteção deles. O verbo plural aqui indica que outros iam ajudar o anjo que veio do oriente. Mais uma vez, Ezequiel nos fornece uma cena parecida, na sua profecia sobre a destruição de Jerusalém em 586 a.C. Quando os executores chegaram para matar as pessoas em Jerusalém, Deus mandou na frente um homem que marcou com um sinal a testa dos fiéis. Os executores seguiam matando as pessoas que não receberam o sinal (Ezequiel 9:1-8). Aqui também, antes de mandar os ventos executores, Deus manda alguém na frente para marcar, com um selo na testa, os fiéis. Quando chegamos ao capítulo 13, vamos encontrar uma marca da besta, mas somente depois de ver que Deus deu sua marca aos seus servos. O contraste é entre a marca do Deus vivo que viverá para sempre e a marca da besta que seria lançada ao lago de fogo.
7:4 – Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel:
Foram selados...cento e quarenta e quatro mil de todas as tribos de Israel: Literalmente 144.000? Literalmente de Israel? Precisamente 12.000 de cada uma das 12 tribos citadas? Poderíamos fazer ainda mais uma lista de perguntas para ilustrar o problema com interpretações literais deste trecho. Em um livro cheio de símbolos, seria uma abordagem errada tentar forçar uma interpretação literal dos detalhes aqui. 144.000 representa o povo de Deus. Doze já é conhecido como o número do povo do Senhor, como observamos em 4:4 – doze tribos, doze apóstolos, etc. 12 x 12 x 1.000 enfatiza mais ainda a totalidade dos servos de Deus. Para evitar qualquer dúvida, ele fala de Israel. Desde os comentários de Jesus em João 8:39 em diante, o significado de judeu e israelita mudou entre os seus discípulos. Enquanto estas palavras ainda podem significar os descendentes, pela carne, de Abraão, freqüentemente identificam os descendentes espirituais desse grande patriarca da fé. Paulo bem disse: “Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus” (Romanos 2:28-29). Em um livro de símbolos, não nos surpreende achar uma referência a Israel espiritual, o povo de Deus.
De todas as tribos de Israel? Literalmente, não! A lista que se segue omite uma ou duas tribos. Devemos ver aqui a totalidade do povo de Deus, e não tentar forçar uma interpretação literal, nem da nacionalidade, nem das tribos, nem do número.
7:5-8 – da tribo de Judá foram selados doze mil; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil; 6 da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil; 7 da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil; 8 da tribo de Zebulom, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim foram selados doze mil. Foram selados doze mil: De cada tribo, doze mil receberam o selo de Deus. As tribos citadas são:
Judá Naftali Issacar
Rúben Manassés Zebulom
Gade Simeão José
Aser Levi Benjamim
Quando lemos esta lista, diversas perguntas surgem.
Por que esta ordem? Judá está em primeiro lugar, talvez por ter a primazia e por ser a tribo do Messias. Benjamim, a última, foi a tribo do caçula de Jacó. Mas esta lista não segue a ordem do nascimento dos patriarcas (Gênesis 29:31-35; 30:1-24; 35:16-18), nem se apresenta segundo as quatro mães dos filhos de Jacó (Gênesis 35:23-26).
Por que estas tribos? Sabemos que as doze tribos, normalmente, foram vistas como treze. Jacó teve doze filhos homens. Doze receberam herança de terra, excluindo a tribo de Levi, que recebeu 48 cidades e teve Deus como sua herança. Para manter o número de doze na divisão da terra, José foi dividida em duas, Efraim e Manassés. Na lista do Apocalipse 7, Levi está incluída, e o nome de José aparece. Os nomes omitidos são Efraim (um dos filhos de José) e Dã. Nenhuma explicação é dada aqui, mas a história do Velho Testamento sugere um possível motivo. De todas as tribos, Dã e Efraim foram as duas mais ligadas à idolatria. Um dos apêndices do livro de Juízes relata a história de Mica e os danitas, mostrando como a idolatria se tornou comum nesta tribo (Juízes 17-18). No início do reino dividido, Jeroboão, o rei efraimita de Israel, introduziu a idolatria, erigindo bezerros de ouro em Dã e Betel (1 Reis 12:29). Betel ficava na divisa entre os territórios de Efraim e Benjamim, mas foram os efraimitas que tomaram controle desta cidade no início do período dos juízes (Juízes 1:22-25). Durante o resto da história de Israel, “Efraim” praticamente se tornou sinônimo de “idolatra” (Oséias 4:17; 5:11; 8:11; 13:12). O filho de uma mulher de Dã, também, foi morto por sua blasfêmia na época de Moisés (Levítico 24:10-14). A omissão destas duas tribos pode ser uma maneira de mostrar que Deus expulsaria qualquer tribo manchada com o pecado, especialmente com a idolatria.
É 144.000 o número fixo de pessoas que estarão no céu? Há pessoas que ensinam que este número identifica, literalmente, o número exato de pessoas que estarão no céu. Há muitos problemas com esta interpretação. Observe alguns fatos: ➊ A visão de 7:1-8 fala dos fiéis na terra, e nada diz sobre o céu até voltar ao trono, a partir de 7:9. Ironicamente, os 144.000 estão na terra e a grande multidão diante do trono celestial, exatamente ao contrário da doutrina que alega 144.000 no céu e a grande multidão na terra. ➋ As pessoas que defendem essa interpretação decidem, por capricho próprio, tratar o número como um valor literal, mas consideram os outros aspectos como figuras. Não dizem que os 144.000 são literalmente judeus, ou que a tribo de Dã é literalmente excluída, ou que todos são literalmente homens virgens (veja 14:4). Ou tratemos todos os detalhes como descrições literais, ou reconheçamos a natureza simbólica desta visão, a única maneira coerente de interpretá-la no seu contexto. Os 144.000 são os servos de Deus selados na terra antes de começar os grandes castigos dos quatro ventos. Estes, permanecendo fiéis, iam se encontrar no céu entre os vencedores.
A Grande Multidão (7:9-17)
7:9 - Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos;
Vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar: Algumas interpretações tratam a grande multidão como um grupo distinto dos 144.000. Para alguns, os 144.000 habitam no céu enquanto a grande multidão herda a terra. Para outros, os 144.000 são judeus e a grande multidão, gentios. Parece mais coerente, porém, ver aqui uma progressão que passa dos fiéis na terra aguardando a tribulação aos fiéis no céu depois de passar pela tribulação. Nas próximas linhas, vamos ver as evidências apoiando esta interpretação.
De todas as nações, tribos, povos e línguas: Esta grande multidão não consiste em anjos ou outros seres celestiais. São pessoas redimidas de todas as nações – pessoas abençoadas por meio do descendente de Abraão (Gênesis 12:3; Gálatas 3:28-29).
Em pé diante do trono e diante do Cordeiro: Somente os vencedores, aqueles justificados pelo sangue do Cordeiro, teriam como se susterem no Dia da ira de Deus para ficar em pé diante do trono (6:17; 7:14).
Vestidos de vestiduras brancas: A vestimenta dos vencedores (3:4-5; 6:11). Descobriremos mais sobre essas pessoas nos versículos 13-15.
Com palmas nas mãos: As palmas, ou ramos de palmeiras, identificam para nós o pano de fundo desta cena. Levítico 23:33-43 descreve a Festa dos Tabernáculos. Nesta festa anual, o povo se alegrava perante o Senhor em lembrar da libertação do Egito e do seu tempo com Deus, habitando em tendas, no deserto. Esta festa era comemorada logo após o Dia da Expiação (Levítico 23:26-32). Foi numa Festa dos Tabernáculos que Jesus ofereceu a água da vida ao povo (João 7:37-39). Lembramos, também, das festividades e dos ramos de palmeiras quando Jesus entrou em Jerusalém (João 12:13).
7:10 – e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.
Clamavam em grande voz: A voz da multidão de vencedores.
Ao nosso Deus ... e ao Cordeiro pertencem a salvação: O louvor é direcionado ao Pai que se assenta no trono, e ao Cordeiro, que se mostrou digno. A salvação é possível somente por intervenção divina, somente pelo plano de Deus e o sacrifício do Cordeiro
7:11 – Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se prostraram sobre o seu rosto, e adoraram a Deus,
Todos os anjos ... os anciãos e os quatro seres viventes... adoraram a Deus: As cenas anteriores de louvor iniciaram com os seres viventes e irradiaram pelos anciãos aos anjos e às multidões (4:8-11; 5:8-13,14). Esta vez, a seqüência é invertida. Começa com a grande multidão dos redimidos da terra, passa pelos anjos e chega aos anciãos e seres viventes. É interessante observar que a vinda de Jesus ao mundo e a nossa redenção são motivos de louvor, não somente entre nós, mas entre os seres celestiais (Hebreus 1:6; Efésios 3:9-11; Lucas 15:7,10).
7:12 – dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém!
Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força...: O Deus perfeito merece toda a honra e adoração. Aqui, como em 5:12, encontramos sete palavras de expressão de louvor. A única diferença é a inclusão de “ações de graças” no lugar de “riqueza”. Certamente, a riqueza das bênçãos espirituais recebidas de Deus são motivo para oferecer ações de graças.
7:13 – Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram?
Um dos anciãos tomou a palavra: A impressão é que João ainda estava no mesmo lugar onde se encontrou em 5:5, quando um dos anciãos o consolou. Agora, um deles inicia novamente a conversa com ele, esta vez usando uma pergunta para ajudar o apóstolo a se focalizar no significado da visão.
Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram?: Baseado nas mensagens às igrejas, João já poderia ter uma noção. Ele certamente teria lembrado das almas debaixo do altar no quinto selo (6:9-11). Mas a pergunta do ancião dá ocasião para ele tirar as suas dúvidas.
7:14 – Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro,
Respondi-lhe, meu Senhor, tu o sabes: João mostra, ao mesmo tempo, humildade e curiosidade. Ele chama o ancião de Senhor, não para alegar sua divindade (pois obviamente não é Deus), mas como expressão de respeito. É semelhante ao uso comum da palavra “senhor” para identificar um homem mais velho ou, por outro motivo, merecedor de respeito e educação especial. João não ousava responder à pergunta. Ele aguardou a orientação do seu professor.
São estes os que vêm da grande tribulação: O ancião já sabia a resposta, e não demora em ajudar João a entender a visão. A palavra vêm mostra que pessoas ainda estavam chegando ao céu da grande tribulação. Que grande tribulação? O sexto selo falou de sofrimento terrível, e a primeira visão deste intervalo falou de selar os servos de Deus. Aqui, percebemos que os selados não seriam protegidos do sofrimento na terra, até enfrentariam horríveis perseguições. Poderiam até sofrer a morte física, mas seriam protegidos da segunda morte (2:11). Novamente, somos obrigados a respeitar os limites de tempo que estudamos nas primeiras lições. Interpretações que dizem que esta grande tribulação começará em algum momento futuro destorcem o sentido do trecho, e usam o livro para apoiar doutrinas humanas. Alguns, devido, em parte, à linguagem similar, pensam na profecia de Mateus 24:21. Aquela profecia falou da destruição de Jerusalém, que ocorreu no ano 70 d.C. Alguns outros detalhes sobre a data do Apocalipse serão tratados em outras lições. Por enquanto, basta lembrar cada leitor de alguns fatos: Œ Esta mensagem foi enviada primeiramente às igrejas na Ásia, não aos santos em Jerusalém; � Jesus já falou de tribulação na carta à igreja de Esmirna (2:10); Ž Os selos anteriores falaram de castigos que atingiriam a terra com seus reis e poderosos, figuras que vão além de Jerusalém; � A primeira visão deste intervalo falou dos quatro cantos e quatro ventos, sugerindo um castigo abrangente.
Lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro: Sangue causa manchas que, às vezes, são difíceis de tirar de uma roupa. Nenhum processo humano usaria sangue para alvejar uma roupa. É só Deus que consegue fazer isso. O sangue do Cordeiro justifica, lava, purifica e deixa a roupa branca como a neve.
7:15 – razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo.
Razão por que se acham diante do trono de Deus: Jesus chegou ao trono de Deus por sua própria dignidade. Venceu a morte na sua própria justiça. Esses vencedores chegam ao trono pelo sangue de Jesus. A dignidade do homem não vem de si mesmo, mas da justiça do sacrifício perfeito e eficaz – o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!
E o servem de dia e de noite no seu santuário: Não somente os quatro seres viventes (4:8), mas todos os vencedores servem a Deus de dia e de noite. O ponto aqui não é somente o fato de eles o servirem, mas o motivo e o lugar. Servem a Deus porque o sangue de Jesus os salvou. Ele é digno de adoração porque foi morto e comprou para Deus um povo santo. Este povo adora eternamente por causa do sacrifício dele. Este serviço é oferecido no santuário de Deus. Os vencedores, como sacerdotes de Deus, têm o privilégio de entrar no santuário para oferecer sacrifícios por intermédio de Jesus Cristo (1:6; 5:10; 20:6; 1 Pedro 2:5).
Aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo: A presença do tabernáculo do Senhor significa a sua aceitação do povo (Levítico 26:11). Quando o tabernáculo foi erguido no deserto, a glória de Deus o encheu (Êxodo 40:34-35). Deus faz o seu tabernáculo com os homens quando estes estão em comunhão com ele (21:3; veja João 1:14; 14:23). Ele estende a sua tenda para acolher e proteger os fiéis.
7:16 – Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum,
Jamais terão fome, nunca mais terão sede: Na proteção de Deus, todas as necessidades dos vencedores serão supridas. Os perseguidos, que sofriam na terra, seriam sustentados por Deus no tabernáculo dele. A fome é citada no Velho Testamento, muitas vezes, junto com a peste e a espada, como castigo divino (Jeremias 21:9; 24:10; Ezequiel 6:11). A fome e a sede foram características do cativeiro do povo rebelde (Isaías 5:13). Os vencedores, na tenda de Deus, seriam isentos desse sofrimento.
Não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum: A luz do sol, freqüentemente, representa a presença de Deus e da verdade. Aqui o sentido é outro. O sol queima, e o homem precisa de proteção dele. Qualquer pessoa que morava ou viajava pelos desertos do Oriente Médio entenderia perfeitamente esta necessidade de se protegerem do sol ardente. A tenda de proteção dos fiéis é o próprio Senhor (veja Salmo 121:3-8; Isaías 49:10). Os vencedores não são destruídos pela ira ardente do Senhor (Malaquias 4:1).
7:17 – pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.
O Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará: Jesus, que está no Santo dos Santos, à destra do Pai. Ele que é digno de revelar e executar a vontade de Deus é o mesmo Pastor que cuida dos vencedores. A Bíblia usa vários termos interessantes, quase contraditórios para os homens, para descrever Jesus e seu trabalho. Ele é Leão e Cordeiro, Sacerdote e Sacrifício, Cordeiro e Pastor. O sangue dele tira manchas e alveja as roupas sujas dos homens.
Este versículo, como o anterior, vem da linguagem de Isaías 49:10, que profetiza sobre o papel do Servo do Senhor na salvação dos homens: “Não terão fome nem sede, a calma nem o sol os afligirá; porque o que deles se compadece os guiará e os conduzirá aos mananciais das águas.” Jesus se compadece do homem, e o leva aos mananciais da água da vida (Marcos 1:41; Mateus 11:28-30; João 4:14).
E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima: Deus enxuga as lágrimas pela vitória sobre a morte (Isaías 25:8). Jesus, na sua vitória na cruz, nos livrou dos laços da morte (Hebreus 2:15; 1 Coríntios 15:54-55; Romanos 8:2). Os servos fiéis esperam a vitória final sobre a morte (21:4).
Conclusão
Os primeiros seis selos estavam cheios de morte e sofrimento. Mas o intervalo do capítulo 7 é uma mensagem de vida e esperança. Deus protege os fiéis e dá a vida eterna para aqueles que vencem o inimigo. Ainda sem saber o que vem pela frente, os discípulos do Senhor podem confiar totalmente nele. Ele é a fonte da vida que cuida do seu povo e o protege na sua tenda.
As Primeiras Quatro Trombetas (Apocalipse 8:1-13)
A inda aguardamos o sétimo selo. Os primeiros seis foram abertos no capítulo 6, e o sexto foi especialmente severo. O intervalo do capítulo 7 nos assegurou da proteção dos fiéis. Chegamos ao capítulo 8, esperando a abertura do sétimo selo. Ao invés de nos trazer, de uma vez, ao fim da revelação do plano de Deus, o sétimo selo abre uma outra série de sete. Este capítulo relata os acontecimentos resultantes quando os anjos tocam as primeiras quatro de sete trombetas.
O Cordeiro Abre o Sétimo Selo (8:1-6)
8:1 – Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora.
Aumentando ainda mais a expectativa dos ouvintes, este selo abre com silêncio. Nenhum ser vivente fala. Não se ouve o clamor das almas dos mártires. Não há nenhum terremoto – por enquanto. Silêncio. Novamente, a apresentação dramática destaca a importância da revelação e da reverência devida a Deus. Moisés, em um de seus discursos finais a Israel, disse: “Guarda silêncio e ouve, ó Israel! Hoje, vieste a ser povo do SENHOR, teu Deus. Portanto, obedecerás à voz do SENHOR, teu Deus, e lhe cumprirás os mandamentos e os estatutos que hoje te ordeno” (Deuteronômio 27:9-10). Quando Habacuque questionou a execução da justiça de Deus e ouviu as advertências dirigidas aos malfeitores, ele ouviu a proclamação que “O SENHOR ... está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra” (Habacuque 2:20). O silêncio diante de sofrimento reflete a confiança em Deus: “Bom é aguardar a salvação do Senhor, e isso, em silêncio” (Lamentações 3:26).
8:2 – Então, vi os sete anjos que se acham em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas.
De novo, fica claro que Deus manda e que as revelações das trombetas vêm do Senhor. Sete anjos em pé diante do trono do Senhor recebem as trombetas. Trombetas tinham diversas funções no Antigo Testamento (Números 10:1-10). Dois usos têm significado relevante aqui. Serviam para soar o alarme no caso de guerra, e para convocar a multidão ao santuário de Deus. As sete trombetas vão anunciar guerras divinas contra os ímpios.
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