O livro e os sete selos – Ap 5: 1.
"...àquele que está sentado no trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio, pelos séculos dos séculos".
João viu o livro dos sete selos é descrito como um rolo selado, ao longo de suas beiradas, com sete selos, dando a entender que estava tão fechado que somente Jesus Cristo foi achado digno de tomar o livro, abri-lo e desatar seus sete selos. Nesse livro, como veremos a partir de agora, estão gravados os juízos que Deus fará cair sobre este mundo impertinente e rebelde à Sua Palavra.
O cordeiro abre os primeiros seis selos e ao ser aberto o sétimo (Ap.8), ouvem-se sete trombetas, também de juízos sobre a terra. Quando a sétima trombeta é tocada (Ap.11), se dá o início dos piores juízos da Grande Tribulação, que são os das sete taças da ira de Deus (Ap.15 e 16). Desta forma concluímos que os juízos sob os selos, trombetas e taças não são paralelos, mas sucessivos. Do último selo saem as sete trombetas e da última trombeta saem as sete taças.
Abertura dos seis primeiros selos – Ap 6: 1.
Mais uma vez os seres viventes em evidência. Eles proclamam a santidade de Deus ao aparecerem a primeira vez no Capítulo 4. Eles têm interesse na restauração da terra e para isso tomam parte na execução dos seus juízos. São mencionados 18 vezes no livro de Apocalipse. Sendo a última em Ap.19:4, quando tudo no céu estiver pronto para a descida de Jesus Cristo com os Seus santos.
“E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais, que dizia como em voz de trovão: Vem, e vê”.
Primeiro selo = O cavalo branco (conquista) – Ap 6: 1-2.
Um homem montado num cavalo branco surgiu em cena. Há duas idéias sobre isto:
a) Alguns acham que o homem montado no cavalo branco representa Cristo, 19: 11-16. A cor branca sugeriria a pureza celestial; a coroa, a realeza; o arco representaria o seu modo de vencer os inimigos. O cavalo representa guerra, violência, tragédia, etc.;
b) Outros, julgam ser este homem o Anticristo, que imitará o verdadeiro Cristo com uma falsa pureza, falsa paz, usando seu arco, v. 2, um instrumento de longo alcance. Ele tentará persuadir todas nações. O texto diz "saiu vencendo e para vencer". Cristo, porém, já venceu e é vencedor, 5: 5. Glória a Deus!
“E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer”.
Segundo selo = cavalo vermelho (guerra) Ap 6: 3-4.
Este segundo selo mostra um cavaleiro mais pomposo. Nada disse. Apenas cavalgou e permitiu que a cor de seu cavalo o identificasse. Foi-lhe concedido "tirar a paz da terra e levar os homens a se matarem uns aos outros". Vermelho é a cor do sangue, dando a entender derramamento de sangue. O sangue chegará até os freios dos cavalos, 14: 20.
“E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada”.
Terceiro selo = o cavalo preto (fome), Ap 6: 5-6.
Aberto o terceiro selo identificando o terceiro cavaleiro como sendo a fome. Nos tempos de guerra, escasseia o alimento e ele é racionado e pesado para cada família. Os preços dos gêneros de primeira necessidade se elevam assustadoramente; o preço do trigo para o pão; do óleo; do vinho, etc. A fome sempre vem na esteira da guerra. Jesus já havia predito isto: "haverá fome", Mt 24: 7.
“E, havendo aberto o terceiro selo, ouvi dizer ao terceiro animal: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo preto e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança na mão”.
“E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro, e três medidas de cevada por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho”.
Quarto selo = o cavalo amarelo (pestilência), Ap 6: 7-8.
Um cavalo amarelo, pálido, entra em cena como uma figura hedionda. Seu nome é morte; e o Hades, a região dos mortos, vem atrás dele para apanhar sua presa. Foi-lhe dado o poder sobre a quarta parte da terra, podendo matar seus habitantes por todos os modos concebíveis. A peste sempre vem depois da guerra e da fome. Ele pode destruir mais vidas do que a própria guerra ou fome. Consegue deixar forte impressão de horror.
Tudo o que foi apresentado - a conquista militar, a guerra, a fome e a peste - são manifestações da ira do Cordeiro, Ap 6: 16-17, sobre os homens que ficarem na Grande Tribulação.
“E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da terra”.
Quinto selo = o lamento dos mártires, Ap 6: 9-11.
Na abertura do quinto selo, a cena se modifica. Até aqui vimos os meios pelos quais Deus exercerá seu julgamento. Agora, veremos a razão desse julgamento. Debaixo do altar, João vê "as almas dos que foram mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram". O altar é o lugar onde podemos aproximar de Deus; lugar onde Deus vem ao encontro das necessidades humanas. Quem são esses mártires? Possivelmente os judeus, juntamente com alguns crentes gentios, que serão levados a crer devido ao súbito desaparecimento da Igreja, Ap 3: 10; 1 Ts 1: 10.
Simbolicamente, esses mártires clamarão para que se vingue o sangue deles que foi derramado. Mas isto é um símbolo. Este parágrafo reflete a necessidade moral do julgamento. Deus não seria um Deus justo se deixasse sem justiça males tão grandes. A cada um deles se conferiu um vestido branco, símbolo de sua vitória e pureza, e se lhes diz que tenham paciência, pois o tempo ainda não está maduro para a retribuição de Deus; há outros que ainda irão sofrer como eles.
“E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram.”
Sexto selo = terremoto e julgamentos, Ap 6: 12-17.
O texto fala do escurecimento do sol, a lua tornando-se em sangue, estrelas caindo do céu, ventos fortes, gentes de todas classes sociais escondendo-se em cavernas e rochas e clamando às montanhas que caiam sobre elas e assim as escondessem do rosto d'Aquele que está assentado no trono e da ira do Cordeiro. Ainda não está representando neste texto o juízo final. Apenas é um julgamento temporal por meio de calamidades naturais. Estes acontecimentos também se referem ao período da Grande Tribulação, Mt 24: 21; Ap 7: 14; Dn 9: 27, ultrapassando qualquer coisa que a natureza jamais viu semelhante.
“E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue”;
“E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte”.
Os cento e quarenta e quatro mil selados, Ap 7: 1-17.
Na visão do capítulo 7, João viu quatro anjos, que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatros ventos que simbolizam a retribuição divina. Também viu outro anjo que subia da banda do sol nascente. Trazia o selo de Deus que indica posse e proteção, nas frontes dos judeus, 144.000, que se converterão no meio da Grande Tribulação com um grupo de gentios, v. 4-9.
“E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel”.
Sétimo selo = o silêncio no céu e o incenso, Ap 8: 1-5.
O silêncio no céu tem sido interpretado de várias maneiras: simbolizando o juízo dilatado, ou delongado e dramático. Simbolizando também um período de suspense, de expectativa, pelas coisas que ainda iriam acontecer. Simbolizando também o momento em que os salvos, quando chegarem ao céu, ficarão perplexos, vislumbrando, atônitos as belezas daquilo que os olhos jamais viram, 1Co 2: 9. O incenso da vitória, 8:3-5, refere-se às orações de todos os santos. Toda a cena dos versículos 3, 4 e 5 é um prelúdio das Sete Trombetas que começam a ser ouvidas.
“E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora”.
Conclusão
Agonizante será para aqueles que não subirem no arrebatamento, pois terão de contemplar todos estes flagelos durante sete anos, Dn 9: 27; Ap 11: 23. A Igreja, porém, estará nas Bodas do Cordeiro, participando do Grande Casamento entre o noivo e a noiva, Ap 22: 17.
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